Curiosos

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

.silenciosa felicidade.

.talvez por poucos minutos, horas ou dias.

A felicidade em silêncio suspirada ao vento que corre azul perto do céu.

Rasteira, taciturna, num piscar de olhos ela escorrega das mãos e, veja só, está mas mãos de outra pessoa!

Felicidade é assim mesmo. Vai de lá pra cá, por todo o mundo. E todo mundo se sente feliz em algum momento.
Bom mesmo é que ela sempre vai voltar no vento azul.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

.ciranda da bailarina.

Procurando bem
Todo mundo tem pereba
Marca de bexiga ou vacina
E tem piriri, tem lombriga,
tem ameba
Só a bailarina que não tem

E não tem coceira
Verruga nem frieira
Nem falta de maneira ela não tem

Futucando bem
Todo mundo tem piolho
Ou tem cheiro de creolina
Todo mundo tem
um irmão meio zarolho
Só a bailarina que não tem

Nem unha encardida
Nem dente com comida
Nem casca de ferida ela não tem

Não livra ninguém
Todo mundo tem remela
Quando acorda às seis da matina
Teve escarlatina
ou tem febre amarela
Só a bailarina que não tem

Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem

Confessando bem
Todo mundo faz pecado
Logo assim que a missa termina
Todo mundo tem
um primeiro namorado
Só a bailarina que não tem

Sujo atrás da orelha
Bigode de groselha
Calcinha um pouco velha
Ela não tem

O padre também
Pode até ficar vermelho
Se o vento levanta a batina
Reparando bem,
todo mundo tem pentelho
Só a bailarina que não tem

Sala sem mobília
Goteira na vasilha
Problema na família
Quem não tem

Procurando bem
Todo mundo tem...

http://www.vagalume.com.br/adriana-calcanhoto/ciranda-da-bailarina.html#ixzz17XBHU2hw
é, todo mundo faz cocô, arrota, peida, tira tatu do nariz...

chora, dá risada, bebe até cair.

.violão.

Ela chegava aqui, me dava um abraço apertado e me beijava com saudade. Se sentava no sofá e dizia: toca a tua música que eu gosto.
Logo eu, que nunca levei o violão a sério, nem consegui frequentar uma aula de violão por mais de um mês, e ainda pra piorar, a minha voz desafinada que nunca ajudou muito na minha auto-estima musical. Ainda assim, ela consegui me fazer tocar.
Mas não sem minha resistência. 
E eu dizia: toca a tua música primeiro.. Ela tocava! Acho que qualquer coisa que eu falasse pra ela fazer, ela teria feito, só pra me ver com o rosto vermelho de vergonha, errando a minha própria letra e esquecendo alguns acordes. Eu falava pra ela cantar a música, enquanto eu apenas tocaria o violão, e ela dizia não. Pior, dizia que gostava de me ouvir cantar. Que era "bonitinho".
Eu começava a tocar, depois cantava, e de repente a voz dela se soltava e ela cantava alguns versos comigo. Eu parava pra ouvi-la e ela dizia: Continue! E eu continuava...
E desse jeito, e com a expressão no rosto dela, ela teria conseguido muito mais de mim, se ela tivesse pedido.
Eu o faria. Mas ela só pedia pra eu tocar o violão e cantar. Então era o que eu fazia.

.WAR.

Enquanto jogo, escrevo. Escrevo sobre o que eu ainda não sei, escrevo pela vontade de escrever.
O pensamento se mistura entre exércitos, estratégias e palavras que nada ajudam na guerra.
E a guerra continua lançando a sorte nos dados coloridos.

6 a 3.



Me fudi.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

.meia hora.

.paguei por sexo
depois de usar as drogas que me deram
paguei por alguma explicação
que me confundiu ainda mais
terapia sem razão
fiquei trancada no meu quarto
esperando a tristeza passar

se você me visse naquela noite fria
você seguraria a minha mão
me tiraria de lá?

mas você estava tão perdido,
e eu, ferida
por todas as coisas que não deram certo
eu só queria voltar no tempo
e ficar um pouco mais
deitada ao teu lado
mesmo que só meia hora a mais.